Postagem do Facebook em 30/06/2019


Eu tinha apenas 15 anos quando montei minha primeira empresa.
Eu mal sabia o que era um contador e como funcionava um livro caixa: eu só entendia do gosto da liberdade de trabalhar para você mesmo.
Eu havia sido demitida de uma empresa e fazia curso de Secretariado. Eu jamais seria uma boa secretaria: eu não tenho memória, acredite.
E com o apoio e a confiança que meu pai tinha em mim, lá fui eu.
Eu tinha muitos sonhos, pouca maturidade. Principalmente emocional. Aos 16 anos fui no meu primeiro processo trabalhista. Eu já falava inglês, mas nunca pensei o que seria estar na frente de um juiz e sofrer horrores emocionais por não ser boa suficiente como empresária.

Minhas dores só cresceram. De forma imatura, minha maturidade chegava. Ela vinha das dores que eu sofria e meu ego só aumentava. Eu maltratava os funcionários, até na frente das pessoas. Eu era muito boa com clientes, muito ruim como chefe. Eu dava ordens desrespeitosas na frente das pessoas, era grosseira.

Ahh como eu fiz muita gente sofrer. Hoje sei que o nome disso é PACTO DE VINGANÇA. O mal vai acumulando na gente e a gente sai “distribuindo”.

Eu confia em quem não devia, não confiava em quem devia, perdi muito dinheiro e pessoas queridas por não saber lidar com as relações humanos. Não sabia diferenciar quem eu era como pessoa e quem eu era como profissional. Não sabia pedir o que queria. Sofri muito, perdi muito, fiz pessoas sofrerem e perderem. Por isso que sempre digo: gente perdida cria a perdição.

Hoje, anos depois, o que eu peço a essas pessoas que de alguma forma eu fiz algum mal é perdão. E também as que me fizeram o mal, eu digo: vocês só me fortaleceram. E assim espero que eu tenha feito com quem eu fiz algum mal.

Hoje sei ter amigos, ser amiga. Pude descobrir o verdadeiro valor de uma amizade sem interesse aqui: como estrangeira, em outro país, sem nada para oferecer em troca.
E agradeço muito a Deus o aprendizado.
Jamais valorizaria o que tenho se meu passado não fosse o que foi.
Gratidão, gratidão, gratidão