Postagem do Facebook em 08/08/2018


Capitulo 5 – continuação

- Dolores já começamos. Mas agora vamos fazer um técnica diferente. Você topa fazer um exercício?
- Sim doutora!
- Então feche os olhos. Quero que você agora imagine você em sua mente. Consegue?
- Consigo doutora.
- Agora imagine sua mãe, a roupa dela, sapatos, rosto. Consegue?
- Sim, consigo doutora.
- E agora, quero que você repita essas palavras que vou te dizer: Eu sinto muito, eu te perdoo, eu te amo, eu sou grata por você existir.

As lágrimas escorriam dos meus olhos. Eu olhava minha mãe e a via com os olhos de raiva e eu senti medo. Depois, a medida que a doutora ia falando falando e me fazendo repetir, eu a via mudando os olhos e ficando triste. Ao final eu a vi chorando muito!!! Me parecia totalmente arrependida, e sofrida. Me lembrei dela contando como era sua vida quando era criança. O qual severo era seu pai e como ele os maltratava. Me lembrei dela contando como ela tinha raiva dele. E por um minuto rápido eu pensei: ela descontou no meu pai a raiva que tinha do meu avô!!! Como eu fiz!!! Senhor, isso é muito muito mais antigo que eu pensava. E isso tem que parar.
Com o exercício eu chorei muito muito. E sai do consultório muito fragilizada. O Toninho foi me buscar e pedi a ele que tomássemos um café. Eu contei tudo a ele. Tudinho. Mulher tem dificuldade em guardar tudo pra gente né? E ele me ouviu atentamente. Ele me contou também que a mãe dele foi muito brava e severa com eles, e que ele sempre procurou ficar quieto para não provoca lá. Eu fiquei boquiaberta porque minha sogra é uma santa! Eu não imaginava que ele poderia ter sido assim. Eu sempre percebi ele muito quieto quando visitávamos a casa da mãe dele. Mas jamais poderia imaginar que ela era tão severa como ele me contou. Ele também contou que passou por uma abuso sexual quando criança, por um garoto mais velho. Eu pensei: caramba, eu vivi 20 anos com ele sem o conhece lo!!! Eu fiquei muito muito surpresa. Eu perguntei a ele porque nunca havíamos conversado sobre isso. Ele me disse que não era agradável falar sobre um passado que não é bom. Eu tive que concordar com ele.
Eu ainda o aconselhei a fazer a carta como a doutora me ensinou. Ele disse que iria fazer inclusive para o garoto que fez mal a ele. Eu o apoiei e falei que poderia até deixa-lo sozinho para escrever melhor sem a minha presença. E expliquei que poderia ser que ele não conseguisse escrever como aconteceu comigo. Ele riu. Mas eu dei o conselho (me sentindo a terapeuta